A destruição de esculturas e de estátuas, a vandalização de monumentos, tem gerado muita indignação, quase tanta quanto a gerada por cidadãos vítimas de violência policial. Uma estátua viva vale mais do que um cidadão morto? Não tenho resposta para dar, mas indigna-me que não se gerem movimentos de simpatia pelos reaccionários que, em vez de destruírem estátuas, servem-se delas para satisfação sexual.
Em 2012, um austríaco foi preso na Bulgária depois de ser apanhado em flagrante a fazer sexo com uma estátua de um leão de bronze. Quem o defendeu? Em 2010, várias jovens simularam sexo oral com uma estátua grega numa festa organizada por Silvio Berlusconi. As famigeradas “bunga bunga” do ex-primeiro ministro italiano eram conhecidas por estes actos de vandalismo e pelo incitamento à prostituição de menores, que, independentemente da cor, origem e etnia, eram só jovens a profanar falos de estátuas gregas (um mal menor).
A agalmatofilia, de resto, é uma espécie de perversão sexual que vem nos manuais, mas ninguém lhe liga nenhuma. Consiste, como o próprio termo indica, num amor desmesurado a estátuas. Temo que ande muita gente a descobrir, por estes dias, o agalmatófilo que há dentro de si. Há relatos de actos sexuais com esculturas em templos hindus, de mulheres a satisfazerem-se com estátuas de dinossauros, de um homem que foi parar ao hospital com uma escultura no cu.
Basta pesquisarem no Google por “sexo estátuas” para que se deparem com estas e muitas outras manifestações de amor, mas disso ninguém fala. Nem disso nem do livro de poesia de Alexis Díaz-Pimienta, justamente intitulado “El deseo sexual de las estatuas”. Talvez estivesse na altura de o retirarem do mercado, se é que alguma vez chegou a estar.
1 comentário:
Agalmatofilia? Nunca tinha ouvido falar nisso :D
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