quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

GIVE ME THE SIMPLE LIFE (1945)


Um quarteto de luxo, o de Gerry Mulligan, com Chet Baker e Art Farmer alternando no trompete. Foi no álbum de Annie Ross que ouvi pela primeira vez a canção da dupla Rube Bloom (música) & Harry Ruby (letra), escrita para um filme que nunca vi de Lloyd Bacon. Pelo título, Wake Up and Dream, desconfio que se trate de um daqueles produtos do pós-guerra com funções didácticas e inspiradoras, para levantar o moral das hostes, assim mesmo, como se moral fosse peso pesado e a cultura popular uma grua. Seja como for, e muito já disse sobre o assunto, fiz minha aquela canção. Também aspiro a uma vida simples, não mais do que simples, de preferência sem contas para pagar nem receitas para aviar nem exames para fazer, uma vida sem veículo próprio nem casa imprópria. Uns preferem a via rápida, outros a estrada secundária, diz a canção, mas eu faço-me incluir nos terceiros: terra batida, caminho de cabras, um carreiro que permita escutar cada passo da caminhada. O problema é dizer-se, no texto que acompanha o disco, que Annie Ross cozinhava umas divinais costeletas de porco com fatias de maçã. Ora porra, a vida simples assim introduzida cheira a bacon esturrado. Claro que Bloom & Ruby não têm responsabilidade alguma no caso. 

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