sábado, 9 de janeiro de 2021

TONES FOR JOAN’S BONES (1966)


 

Agora que voltam a falar em confinamento, só não o lamentarei se Chick Corea retomar os workshops nas redes sociais. Foi do melhor que me aconteceu no ano que passou. Abria uma garrafa de vinho, e cigarro sobre cigarro ficava a ouvi-lo a cores dando graças aos engenheiros das novas tecnologias que tanto abomino. Acusar-me-ão de contradições das quais não tenho como eximir-me, nada que me afecte especialmente a coluna vertebral. O que agora realmente importa definir é se comecei a ouvir Chick Corea como acompanhante do trompetista Blue Mitchell ou em dueto com Bobby McFerrin. São todos de uma elegância inexcedível, exactamente o inverso deste mundo boçal e cavernícola de capitólios invadidos. Entretanto, para desenjoar de bípedes, visitei um canil e adoptei uma cadelinha de pelo ocre com peito e patas brancas. Vou chamar-lhe Nala, como a personagem de O Rei Leão. Está enroscada numas mantas, protegida do frio, a dormir com invejável serenidade.

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