Em cada cara uma caveira; em cada
pedra uma lasca verdadeira; em cada mão
outra mão — a mão na mão; a água que
bate na terra e que fica à espera,
como quem ferra um verso na terra banal.
Olha-se para tudo isto até ao fim,
e não se esquece o brilho
daquela luz indígena,
ou daquele olhar obscuro a jusante,
que nos diz sempre:
¡tudo
pedra agora!
Sérgio Ninguém (n. 1976), in pedra II (Eufeme, Setembro
de 2021). É o pseudónimo de Sérgio Teixeira, poeta, editor e
tradutor, coordenador do magazine de poesia Eufeme e da editora com o mesmo
nome. Estreou-se em 2016 com o livro pedra, de que foi feita uma segunda edição
no ano seguinte. De 2017 é igualmente o livro as ruínas são lobos que choram. Traduziu
Uma centena de borboletas (2020), de Peter Levitt. Os seus livros mais recentes são o pescoço na navalha (2019) e pedra II (2021).
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