segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

UM POEMA DE SANDRO PENNA

 


Devo estar a ficar velho, se fiz uma longa viagem
sempre sentado, se nada vi
senão a chuva, se um débil raio
de vida silenciosa... (os operários
entrevam e saíam do comboio,
levando de uma aldeia para um lago tranquilo
o sono e as ferramentas de trabalho).
Quando cheguei à cama também gritei:
somos homens, mais cansados que cobardes.

Sandro Penna, in No Brando Rumor da Vida, tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo, prefácio de Natalia Ginzburg, Assírio & Alvim, Maio de 2003, p. 77.

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