Já por duas vezes apanhei o Adolfo Mesquita Nunes a discutir com uma das Mortágua (nunca sei qual é qual) o conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Era um tipo às direitas que me merecia respeito, até ter percebido que não passa de um João Pereira Coutinho com actualizações no hardware. Não gosto de gente incapaz de ser coerente sem ser obediente a ideias politicamente preconcebidas. É gente que dá ares de moço de recado com aspirações a gerente da confraria. Em 2003, quando comecei a interessar-me por weblogs, apanhei com todas essas criaturas que agora andam pelas televisões a distribuir comentários. À época, o tema era a invasão do Iraque. As coisas que se diziam, meu Deus. Também ser contra a invasão era ser antiamericanista (primário ou secundário, conforme o nível da argumentação) e ser favorável à invasão era defender a democracia no mundo, tal como agora ser a favor da NATO (sou contra) é defender as democracias liberais e não ser é estar ao lado de Putin (não estou). Não gosto de territórios ocupados nem de políticas expansionistas, seja à entrada da Europa, no Médio Oriente ou noutros lugares do mundo. Também não gosto das democracias liberais turca, polaca, húngara, entre as de outros países que integram a OTAN. O mundo é sempre mais complexo do que à primeira vista parece e as análises do Mesquita Nunes aparentam.
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3 comentários:
Caro Fialho, a ideologia hoje já não vale nada, já não se pode confiar nela. Por um lado, temos o putin a acusar a Ucrânia de ser fascista (interpretação minha das suas declarações); por outro lado, hoje ao abrir o site Yahoo ponto com deparei com uma afirmação do trump a aprovar a decisão do putin e a dizer que os usa deviam fazer o mesmo na sua southern border...
Trump não pode criticar Putin, ele sabe porquê. Nós não, mas desconfiamos. Há dois anos, o Público fez notícia com este título: «Ucrânia, o campo de treino militar para a extrema-direita mundial». O The Guardian tem publicado inúmeras peças sobre o papel da extrema-direita de inspiração nazi na Ucrânia. Nada disto é inventado pela Rússia, é resultado da complacência da UE para com regimes como os da Hungria e da Polónia. Pelo que me é dado a observar, aquele território é campo minado de um lado e do outro. Há um livro do Snyder sobre o tema que me parece bastante aconselhável, não me recordo agora do título. Um problema que foi crescendo com a complacência dos panhonhas da UE, que à conta de só olharem para números foram legitimando fenómenos políticos como os da Hungria e da Polónia. O resultado está à vista, viveiros de fanáticas espalhados pela Europa. E um Putin czarista do outro lado. Em rebentando uma guerra, estamos bem fodidos.
O mundo está perigoso, o putin não só czarista e nacionalista, em derterrorist.blogs.sapo.pt está uma foto dele a apertar a mão à lePin, também no le monde leio que putin agrada tanto aos candidatos de extrema esquerda como de extrema direita às futuras presidenciais francesas.
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