Amanhã é o Dia Mundial do Teatro, comemorado pelo Teatro da Rainha com um velório. Descansa em paz teatro de Mariupol, os bons hão-de sobreviver para que possas renascer das cinzas.
"O Marinheiro - drama estático em um quadro" foi escrito por Fernando Pessoa em 1913, vindo a ser publicado em Orpheu 1 dois anos depois. Dito poema dramático, é uma peça em prosa que coloca em cena uma donzela morta e três veladoras. Na verdade, há algo no texto que remete para o "Livro dos Mortos do Antigo Egipto" e para o que nesses rituais de passagem havia de renascimento. A morte como renovação, o velório como parto, é isso que se dá em "O Marinheiro", e de algum modo foi clarificado pela leitura encenada pelo Fernando Mora Ramos e executada pelo belo trio composto por Cibele Maçãs , Mafalda Taveira e Marta Taveira , com a Beatriz Aurélio a ser velada.
Um quinto elemento, sugerido pelo próprio texto, está na sala. É o actor Fábio A. Costa , a fazer de muitos num só como cabe aos actores.
Pessoa dizia de si mesmo ser poeta dramaturgo, o drama em gente por ele arquitectado é a prova cabal disso mesmo. Venham ver como nasceu.
Hoje, na sala estúdio do Teatro da Rainha, às 21h30. Amanhã, às 19h. E viva o Teatro.
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