segunda-feira, 8 de agosto de 2022

GENIAL COMO UM FÓSFORO

 
Sempre que noto grande entusiasmo em torno de algo que apenas me enfada, fecho-me em copas e tento convencer-me de que sou eu quem está errado. Mas depois vou aos recortes, a publicações com vinte ou quinze ou dez anos, e dou com isto e com aquilo, este e aquele, fenómenos desaparecidos em combate que me desmentem. Afinal eu até estava certo, isto não valia um chavelho. Foi moda, tendência, exagero, tesão de mijo mediático. É uma das características da pós-modernidade, o génio fugaz como a chama de um fósforo. Isto nem sempre é assim, mas é cada vez mais assim. No caso português, com apêndice: a vetusta tendência para copiar a capa estrangeira, o assunto lá de fora. Eis uma maleita de que não nos livramos, somos sempre originais com trinta anos de atraso.

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