A generalidade das pessoas venera os aldrabões. Quando
estava na Bertrand dizia amiúde que o segredo não é a alma do negócio, a alma
do negócio é a aldrabice. Há para aí uma massa infindável de gente que adora
ser aldrabada. Desconfiam da verdade com uma resistência que é equivalente à
credulidade que depositam em todo o tipo de patranhas. Vi numa publicação ali
ao lado que o racionalismo é pecado. Não admira, à fé cabem os milagres. Juntem
isto ao culto do sacrifício e têm explicação para inúmeros fenómenos, como as
bichas para festivais do Chocolate, de onde toda a gente sai a dizer mal para
depois regressar, hordas a acotovelarem-se em corredores ladeados por
tasquinhas onde bêbados e glutões enfardam até ao vómito qualquer zurrapa
trazida à mesa, etc, etc, etc... Vem isto igualmente a propósito de certos e
determinados figurões que pululam nas TVs e afins, são convidados a palestrar
aqui e acolá sobre tudo e mais alguma coisa e ainda levam livrecos para vender
e autografar. Diz-me uma amiga que o Cortez foi a uma escola, a convite do
STOP, dizer de sua justiça sobre serviço público de educação. Cascou num
ex-aluno, por sinal filho do primeiro-ministro, autonomeou-se professor de
excelência adorado pelos pupilos, autografou canhenhos. Ainda se admiram vocês
do uso do cilício? Eu cá acho que vamos no bom caminho. Enquanto o Pedro
Marques Lopes, a Joana Amaral Dias e o António Carlos Cortez forem a
intelligentsia do país estamos no rumo certo.
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