terça-feira, 14 de maio de 2024

VÓMITO

 


Quando a Academia do Sporting em Alcochete foi invadida, o Bruno de Carvalho não teve culpa. Quando o Capitólio dos Estados Unidos foi atacado, Trump nada teve que ver com o assunto. Quando a Praça dos Três Poderes, em Brasília, foi tomada de assalto, Bolsonaro não estava lá. Quem instiga, nunca tem culpa, nada tem que ver, nem sequer está. A responsabilidade de quem incita raramente se aprova, quase nunca se condena. O poder de indução é uma espécie de acto mágico que entre causa e efeito se mostra invisível. É por isso que os deputados racistas do Chega, com o aval do Grande Líder Ventura, vão poder continuar diariamente a induzir, a incitar, a sugerir, a manipular, disseminando o medo aqui, o ódio acolá, banalizando um discurso anti-imigração que redundará em acções e factos como este, os do Porto, Algarve e outros. O pânico tomará conta da sociedade portuguesa, cada vez mais dividida para benefício desses que nas redes sociais, na Assembleia da República, nos meios de comunicação social falam em substituição cultural e misturam criminalidade com imigração. Nesta matéria como noutras, o mais vulgar dos crimes nunca será julgado e os criminosos jamais serão condenados. Porque não se julgam instigações nem se condenam instigadores. Só há uma forma de resolver isto, cuspir-lhes na cara. Aos instigadores e a quem vai na conversa deles, dando-lhes o voto. A mim poucas coisas há que me tirem do sério como estas. Vómito.

2 comentários:

Canibal Tarantino de Mandioca disse...

A historia da criancinha nepalesa está muito mal contada, a escola não sabe de nada, a polícia não sabe de nada, a cpcj não sabe de nada. Só quem sabe é uma instituição da opus dei com nome de um esbirro do salazar, de quem nunca ninguem ouviu falar nem se sabe para que serve, mas que anda a fazer furor nas noticias. A unica evidância que há é que se trata de mais um caso de ingerencia da ICAR na escola pública

Francisco disse...

Como é que nos vamos defender de uma frente de ataque que tem 365º?
Continuamos a gritar nos blogs, nas redes sociais, para dentro das gavetas ou em sacos de papel porque é mais ecológico?

Como é que nos podemos defender nesta guerra que não é mais nem menos verdadeira que todas aquelas que são transmitidas pelos meios de deturpação e desinformação social?

A guerra contra as populações está aqui está aí e está por todo o lado disseminada. Não é a quantificação das mortes que faz de uma guerra mais severa do que outras. Sabemos que nenhuma guerra se consegue justificar quando existem mais do que um dos intervenientes participando nela conscientemente. A guerra que se vive nos países em “paz” é uma guerra com único flanco, aquele que referi atrás, o que nos ataca por todos os lados de todas as maneiras.

Deveríamos organizar e pensar como nos podemos defender de forma activa desta guerra psicológica e física de modo a que eles disparem até não terem mais balas. O campo de batalha numa guerra convencional é acordado entre as partes, neste caso os campos de batalha que nos convenceram ser os melhores são propriedade daqueles que nos agridem nas nossas casas, no trabalho, no parque infantil na paragem de autocarro etc,...

Temos que aprender a dialogar novamente a criar laço humanos, saber tolerar, saber comunicar, aprender todos os dias com quem parecer saber menos. Sempre que saímos à rua, e aqui não excepção para ninguém nem mesmo para os burgueses, estamos a ser envenenados como se envenenaram aqueles que passaram pelas câmaras de gás com a grande diferença que este novo veneno que nos aplicam não é reconhecido por nenhum dos sentidos...

Hoje estive ali sentado no parque e sem saber muito bem porquê e como, entendi que uma aranha, uma escaravelho prateado ou uma formiga sabem muito mais do que nos está a passar do que todas as agências de propaganda juntas fundindo teorias que não dizem nada nem servem para nada.
Estes animais têm a sorte de não precisar de saber nem usar as palavras para montar teorias e labirintos de onde não poderiam sair. Assim estamos nós...talvez sem sabermos aprendemos mais da vida selvagem do que dos animais domesticados ou que nos domesticam cada dia que saímos para pô-los a mijar.

Já não passava aqui há um tempo,

Abraço e saúde!