“Fruit Tree”: Nick Drake
A voz mais doce de Inglaterra
partiu cedo, com apenas 26 anos de idade. Nasci cinco dias antes de ele haver
partido, pelo que talvez exista aqui uma qualquer conjugação astral a
ligar-nos. Quando a ansiedade me toma conta do corpo e da cabeça, é a ele e a
Chet Baker que mais recorro. Drake legou-nos três álbuns maravilhosos, mais uns
trocos: “Five Leaves Left” (1969), “Bryter Layter” (1971) e “Pink Moon” (1972).
No último, isolou-se por completo agarrando-se à guitarra e ao piano. Nos
outros dois é acompanhado por uma banda. Diz-se que sofria de depressão, algo
que as letras das canções amiudadamente induzem: «Time has told me / You’re a
rare rare find / A troubled cure / For a troubled mind». Todos os álbuns são de
um intimismo cativante, com arranjos de cordas envolventes nos primeiros e
colaborações relevantes: Richard Thompson, dos Fairport Convention, John Cale,
dos The Velvet Underground, Mike Kowalski, dos Beach Boys… No entanto, Nick
Drake nunca conheceu o sucesso. É um daqueles casos em que a morte ajuda ao
reconhecimento. Há muitos assim.
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