quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

50 X 25

 


“Fruit Tree”: Nick Drake
 
A voz mais doce de Inglaterra partiu cedo, com apenas 26 anos de idade. Nasci cinco dias antes de ele haver partido, pelo que talvez exista aqui uma qualquer conjugação astral a ligar-nos. Quando a ansiedade me toma conta do corpo e da cabeça, é a ele e a Chet Baker que mais recorro. Drake legou-nos três álbuns maravilhosos, mais uns trocos: “Five Leaves Left” (1969), “Bryter Layter” (1971) e “Pink Moon” (1972). No último, isolou-se por completo agarrando-se à guitarra e ao piano. Nos outros dois é acompanhado por uma banda. Diz-se que sofria de depressão, algo que as letras das canções amiudadamente induzem: «Time has told me / You’re a rare rare find / A troubled cure / For a troubled mind». Todos os álbuns são de um intimismo cativante, com arranjos de cordas envolventes nos primeiros e colaborações relevantes: Richard Thompson, dos Fairport Convention, John Cale, dos The Velvet Underground, Mike Kowalski, dos Beach Boys… No entanto, Nick Drake nunca conheceu o sucesso. É um daqueles casos em que a morte ajuda ao reconhecimento. Há muitos assim.

Sem comentários: