Terminada mais uma biografia de um escritor português,
aquela sensação de estar metido num aquário decorativo em que todos os
peixinhos são produto da mesma desova, quando não familiares uns dos outros,
amigos de amigos íntimos, afastados por incompatibilidades rasteiras, próximos
por simpatia e conveniência. Tudo ali a nadar em círculo, abrindo e fechando a
boca como mandam as regras da boa respiração. Metidos no aquário, decorativos,
ornamentais, convencem-se os peixinhos de estar a salvo do penico que é o país.
Mal se dão conta de que nadam nas próprias fezes.
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