Uma pedra, ou talvez nem isso
porque inconsistente, uma coisa
para ali no caminho, nem tanto
porque nem sequer obstáculo
ou estorvo, uma coisa que se
ignora e pela qual se passa sem
estranheza, uma presença
ausente, nada de estranho, nada
que nos impeça de continuar
sem parar, sem desviar a atenção
dos desvios trilhados dia a dia,
uma sombra para ali parada
no seu espaço vazio, podia até
nem respirar, não interessa, o que
importa, não deseja, não fala
e por isso é como se nem
existisse, podia ficar a apodrecer
durante quinze anos ao teu lado
que nem pelo cheiro darias por
ele, pelo velho desaparecido
no seu próprio lar, na sua casa.
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