Estou por tudo, trema a terra
e encolham-se as paredes,
ardam quilómetros de chamas
e encha-se de cinza o pulmão
da esfera, não quero mais saber.
Estou pelo que vier, o mesmo
de sempre, na previsível cauda
dos rios tendendo para a foz.
Sequem as nascentes, façam-se
polpa as raízes, batam asas os
porcos e miem os alfabetos,
eu estarei onde sempre estive:
dentro desta crosta de palavras
lambidas pelo credo de viver
contra o medo que tolda a luz
e as tácticas que dão dores de
barriga e os espinhos no crânio
das conveniências. Venham
os trovões e os relâmpagos e as
tempestades de granizo, eu estou
por tudo quanto possa expelir
o sangue quente da carne viva.
Juraan Vink
Versão de HMBF.
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