Eis mais um exemplo do que a cheganofilia anda a
promover, uma democracia indefesa que décadas de desleixo no ensino, na cultura
e noutras áreas sociais transformaram o país numa máquina de produzir bestas.
Bestas de bem, lá está, com genes portugueses puros. Tudo o mais é matéria de
levar ao vómito, num ano profícuo em percepções de criminalidade que varrem
para debaixo do tapete as evidências e se apressam a limpar provas:
"Segundo Nivia Estevam, o episódio de segunda-feira
aconteceu depois de já ter feito outras queixas relativas a “puxões de cabelo,
pontapés e enforcamento”, sendo que “nenhuma atitude foi tomada pela escola”. A
mãe criticou o facto de, na segunda-feira, a escola não ter acionado a PSP, não
lhe ter explicado a gravidade da situação (da qual só se apercebeu quando já ia
na ambulância) e de as funcionárias terem limpado “todo o local” do
incidente."
Juntem agora a isto os influencers que violaram uma adolescente e partilharam o vídeo, o tipo que atropelou e fugiu para acabar a dar entrevistas em sinal aberto, o não sei quantos Milhão mais os palhaços da Reconquista, as sucessivas agressões e perseguições sobre imigrantes tratados como gado pelo Estado, uma rapariga de 14 anos violada por um grupo de adolescentes em Viseu com vídeo a circular entre colegas, mais todo um rol de praxes que nos prova, de facto, não estarmos no Bangladesh. Estamos mesmo na merda em que estamos.

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