domingo, 2 de setembro de 2007

COM A SORTE QUE ANDO

Ameaçado pelo braseiro que se fazia sentir na pátria, fui arribar na praia em regime familiar. Isto foi ontem, e correu bem. Já no dia de hoje, uma série de fenómenos estranhos (alguns serão guardados para prosas ficcionais) trouxe-nos de volta ao lar doce lar. Tendo adormecido a noite passada no sofá, acordei, não com o teu beijo, mas banhado por um sol tostadinho que fazia prever belos mergulhos e buracos na areia. Um fim de Verão catita, esfreguei as mãos. ‘Tá quieto. Subitamente caiu um manto de nevoeiro sobre a terra que a malta não via um palmo à frente do nariz. O calor foi-se todo, banhistas em debandada, Verão para a gaveta. Tal qual eu, mulher, crianças e cão, fugindo do nevoeiro de novo ao encontro do sol. Já sem praia, mas com o dito muito mais à vista, a pôr-se atrás da serra, enquanto a Matilde, num achaque de vaidade justificadíssima, sentenciava: Sou mais bonita que o pôr do céu.

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