Malcolm Lowry (28 de Julho de 1909 – 26 de Junho de 1957) está prestes a comemorar 100 anos. Também seguiu viagem no barco ébrio, de Inglaterra para a China, da China para a Alemanha, daqui para os Estados Unidos, passando pela Noruega, França, Espanha, Portugal, México… Um viajante, portanto. Nos momentos de sobriedade, embriagava-se de literatura. Nos outros momentos, casava-se, maltratava as mulheres, embebedava-se com o que estivesse à mão (incluindo aftershave?!!). O primeiro casamento ocorreu em Paris, com Jan Gabrial, pouco antes de um esgotamento nervoso premonitório - provavelmente induzido pelo consumo desmesurado de álcool; depois com Margerie Bonner, no Canadá. Para trás ficaram a aventura mexicana, as primeiras páginas de Debaixo do Vulcão, Jan partindo para regressar postumamente com a intenção de revelar ao mundo o pénis minúsculo do marido. Lowry foi um nómada. Talvez isso explique as escassas publicações em vida. Estava demasiado ocupado a vivê-la. Tratamentos psiquiátricos, desintoxicações, uma morte por misadventure (termo médico belíssimo que pode ser traduzido por “pouca sorte”). A pouca sorte levou Lowry desta para melhor, mas Margerie nunca se livrará da suspeição que sobre ela recaiu. Que papel o destas mulheres na vida do vigoroso marinheiro? Terão sido sorte? Terão sido azar? Vítimas de um pénis minúsculo? Assassinas involuntárias?
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