quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A VIDA HUMANA NÃO CHEGA A CEM ANOS


A vida humana não chega a cem anos
Muitas vezes tem mil anos de desgosto

Mal começamos a melhorar de uma doença
Logo nos consumimos por causa de um filho ou de um neto

Baixamos os olhos para a terra onde cresce a raiz do cereal
Erguemos o olhar para o cimo da amoreira

Quando a Balança cair no Mar da China
Chegando ao fundo começamos a saber parar


Han-Shan, in O vagabundo do Dharma – 25 poemas de Han-Shan, versões de Ana Hatherly, Cavalo de Ferro, Outubro de 2003, p. 48.

Nota: Fui encontrar um texto meu sobre este livro no sítio da Cavalo de Ferro. Julgava-o perdido, mas, ao que parece, as palavras voam.

5 comentários:

Anabela disse...

mais um livro para receber
;)

hmbf disse...

ah, sim, ias adorar este livro, é muito bonito, por dentro, por fora, mais que um livro, um objecto estético :)

Anabela disse...

ha... fazes-me suspirar Henrique! És mesmo, mesmo um macaco !!!!

:)

ruialme disse...

Inspirou muito o Kerouack.

hmbf disse...

Diz que sim.