Camarada Van Zeller, há muito que não trocamos umas palavras sobre o assunto. Não sei se ouviu dizer, mas alguns camaradas ex-administradores do BCP vão a julgamento. Como sabemos, ir a julgamento em Portugal é como entrar num comboio para uma viagem de duração interminável. A ver vamos se chega a bom porto, este comboio descendente. Para já, os media não atribuem grande destaque ao tema. Há assuntos mais prementes, como sejam um rei dos gnomos que vivia num castelo e era atacado por leitõezinhos enquanto tentava dar banho a um javali fazendo uso do seu poder electromagnético para evitar que 76% da faixa costeira portuguesa desapareça na sequência de um terramoto a ocorrer no próximo dia 8 de Agosto. Dito isto, devo dizer que a minha relação com a banca é, sem tirar nem pôr, como a do rei Ghob com a lucidez, ou seja, praticamente nula. Nunca contraí empréstimos e dispenso cartões de crédito. Já tive um e não gostei. Andava com aquilo na carteira como um viciado em nicotina que está a tentar deixar de fumar mas anda com um maço de tabaco no bolso. Uma tortura. Limito-me a uma conta onde vai caindo o vencimento à razão de uma política cada vez mais inevitável: chapa ganha, chapa gasta. Por isso, caro camarada, espero que se faça justiça, embora acredite tanto nessa possibilidade como no poder da ira do rei Ghob.
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