domingo, 30 de janeiro de 2011

GAIVOTAS




Fim de tarde com Huidobro por companhia: el pájaro pondrá su huevo sobre el porvenir. E a cada pegada arrancamos um pouco de futuro, arrastando pela areia mais algumas horas mortas dos nossos repetidos dias. Já nos bolsos trazemos a lareira ateada, o canto das mulheres afegãs a ecoar à distância, talvez um filme a lembrar-nos de como andamos todos a imitar as nossas próprias vidas. Enfim: se as gaivotas, todas voltadas para a ilha que ao fundo ainda espreita, levantam voo em sintonia, quem somos nós para reclamar da desordem com que a noite chega?

2 comentários:

Mariana disse...

Eu queria dizer que achei isso muito bonito, o texto, a imagem das gaivotas em contraste com a desordem com que a noite chega. Poético.

hmbf disse...

E eu queria dizer que acho poético você querer dizer isso.