A morte que alguém espera
A morte que alguém evita
A morte que vai pelo caminho
A morte que vem taciturna
A morte que acende os castiçais
A morte que se senta na montanha
A morte que abre a janela
A morte que apaga as luzes
A morte que aperta a garganta
A morte que fecha os rins
A morte que parte a cabeça
A morte que morde as entranhas
A morte que não sabe se deve cantar
A morte que alguém entreabre
A morte que alguém faz sorrir
A morte que alguém faz chorar
A morte que não pode viver sem nós
A morte que vem a galope no cavalo
A morte que chove em grandes estampidos
Vicente Huidobro, do livro Últimos poemas (1948), in Poesía y Poética (1911-1948), antología comentada por René de Costa, Alianza Editorial, Madrid, 1996, p. 308..
Versão de HMBF
2 comentários:
a morte que ninguém espera,
fera a usurpar quimeras...
Henrique; comece, se já não começou, a pensar em publicar as suas traduções deste poeta.Creio que a Rel+ogio d'Água seria capaz de se interessar...
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