sexta-feira, 1 de abril de 2011

ESTE NÃO ESTÁ A RECIBOS VERDES

Caro Van Zeller, este país, já o sabíamos, é uma anedota. Tal facto não seria desagradável caso a anedota fosse bem contada. O problema está em que este país é uma anedota mal contada. Que vivemos numa oligarquia é dado adquirido, que o nepotismo comanda as hordas do poder também não é novidade, mas a evidência com que começamos a concluir a falta de vergonha generalizada é alarmante. Não sei se é deste zepelim que paira no ar, uma coisa cinzenta com um letreiro a dizer “salve-se quem puder”, se é de um qualquer fenómeno químico desconhecido (começo a acreditar que Portugal está assente sobre placas tectónicas sulfurosas que emitem gases tóxicos contaminadores do bom senso), o que sei é que começa a ser caricato assistir impávido e sereno ao jogo de cintura das ratazanas e das toupeiras apanhadas em contramão. Desta feita, um amigo de seu amigo de seu nome Marcos Baptista. Escutemos o homem: “Devo referir que sempre estive convencido de que o meu percurso académico com oito anos de frequência universitária e elevado número de cadeiras concluídas, em mais do que um plano de estudos curriculares, correspondesse a um curso superior à luz das equivalências automáticas do Processo de Bolonha. Solicitei, por isso, hoje ao ISEG [a instituições que frequentou] a devida avaliação curricular”. Tomando de assalto o raciocínio, devo referir que sempre estive convencido de que o meu percurso académico com 4 anos de frequência universitária, mais um estágio profissionalizante e todas as cadeiras concluídas, correspondesse a um doutoramento honoris causa à luz da desvergonha nacional. Mas eu não me chamo Marcos, muito menos Baptista. Com p. Trabalho numa livraria para cima de 50 horas por semana e não sou figura muito próxima de Paulo Campos, secretário de Estado das Obras Públicas. Azarinho.

3 comentários:

MCS disse...

Andou lá 8 anos e nunca descobriu como é que aquilo funcionava? Arre burro!

Beatrix Kiddo disse...

é tão trágicómico...

hmbf disse...

Beatriz, eu diria antes náusea. Seguida de vómito...

Lá burro é que ele não é, MCS. Os burros são animais simpáticos. Leia-se Platero.