ÁRBOL DE DIANA
23
uma olhadela a partir do esgoto
pode ser uma visão do mundo
a revolução consiste em olhar uma rosa
até que os olhos sejam pulverizados
37
para lá de qualquer zona proibida
há um espelho para a nossa triste transparência
Alejandra Pizarnik, in Las Aventuras Perdidas (1958)
Versão de HMBF
19 comentários:
Acabo de comprar a Alejandra Pizarnik (Poesía Completa, 1955-1972. Lumen, 2010): não resisti aos poemas, e um amigo me disse que é de fato imperdível.
No entanto, se não frequentasse este blogue, talvez passasse a vida sem ouvir falar na Alejandra, sem conhecer a sua poesia: minha forma de dizer obrigada ao modo com que compartilhas suas leituras :)
P.S. Estou agora pensando se, ao falar assim, serei tomada por "inculta" ou "mal informada" pelos anônimos que frequentam este espaço. Paciência.
Que bom, que bom, fico muito feliz por sabê-lo.
Pelo menos esse anônimo que vos fala, referido, não confundiria o desconhecido da obra da Pizarnik com "falta de cultura" ou "informação desvirtuada".
Seria o mesmo que ler os belos poemas da referida poeta através de um filtro sexista, e procuro tomar cuidado tanto com o que escrevo, quanto com os véus que possam turvar as vistas durante as minhas leituras.
P.S.: também devo agradecimentos ao moderador desse blog por ele trazer à luz obras tão comoventes e significativas quanto a da Pizarnik. E ainda tolerar os anônimos com as suas colocações tantas vezes injustificadas!
se me permitem a errata sobre o comentário acima: "desconhecimento da obra da Pizarnik" e não "desconhecido da da obra".
Voltaram... que lindo: "e procuro tomar cuidado tanto com o que escrevo, quanto com os véus que possam turvar as vistas durante as minhas leituras."
Não é o meu caso: não tomo cuidado com o que escrevo, sou uma desavisada, tenho apenas três livros em casa, que formam um tripé para a televisão, e o curioso verbo "obnubilar" foi criado por Vossa Onipotência (também conhecido como Deus) para pessoas como eu, de vista estragada, olhos turvos pelos véus da ignorância.
Só agora me ocorre uma coisa: o livro "O ensaio sobre a cegueira", de inegável alcance universal, saiu da pena de um consagrado escritor português, falecido há um ano.
Ilustre anônimo: vá torrar a paciência de outro. "Filtro sexista" o escambau: não foi isso que falei, mas já que V. Sa. insiste tanto na tecla, pelo menos tenha o bom tento de perceber que essa insistência é inútil: não me interessam seus olhos limpos e claros e límpidos.
Portanto, largue mão dos meus olhos turvos e vá caçar o colírio para os seus, para melhor ver a lua e as estrelas. O olhar é meu e eu leio os poemas como bem entender, ainda vivemos na porção democrática do Ocidente. Presunção mais besta, vir dizer como o outro deve ler isso, aquilo, aquilo outro. Estou assumindo minha ignorância, não preciso das luzes de ninguém para enxergá-la melhor.
Se prestar atenção, ainda com as vistas "estragadas" que tu mesma dizes ter, verá que estava apenas lendo o blog e não procurando ensinar como ler. Quem primeiro se referiu a anônimos fui tu, não? Leia e comente como bem quiseres. Assim o farei e se o meu comentário se referir a algo que disseste, ignore, ora. Não sei por que se dá tanto ao trabalho já que não dá a mínima para a maneira como vejo a "lua e as estrelas".
Só uma coisa: democracia não é desculpa para falta de bom senso.
Quando lembraste dos anônimos praticamente os convocou ao comentário. Agora não podes mais dizer que foi envolvida à revelia.
Não "voltei". Estou sempre que possível por aqui, pois o blog é muito bom. E de repente deparo com outro comentário de uma discussão que já tinha terminado. Portanto, quem é que está a bater na mesma tecla? Se não quer que a respondam, não cite anônimos.
Ora, nunca disseram para que lesse de maneira que não fosse a sua, mas se assim o lês, e vives na porção democrática do Ocidente, há-de passar pelo contraditório. Ou espera receber apenas elogios quanto à sua "tão astuta" visão?
Filtro sexista... exatamente... que o prove o link no seu blog para o sítio "Sexismo e Misoginia".
Aliás, trata-se de uma redundância, se não o percebeu.
Ainda que sexismo diga respeito também à misandria (ou à androfobia que tu não conhecias), é o mesmo que Misoginia. Não pretendo ensiná-la a escolher leituras e como ler, mas devias ser mais seletiva, visto que pretende estender discussões pelo resto da vida.
Não me interesso pelos seus olhos turvos, tal como não se interessa pelos olhos "límpidos" do anônimo.
Agora, tentar descer a sua leitura de vistas turvas pela goela dos demais, sem que os demais digam absolutamente nada, seria um ato democrático?
O que importa se tens três livros sob a televisão ou uma biblioteca inteira ao seu dispor? De que servem os livros se não nos levam a pressupor minimamente as repercussões das nossas palavras?
Até quando defenderemos "leituras" e "visões" que apresentam, sim, traços machistas ou misógenos? Já não nos basta os séculos em que as mulheres foram subjugadas? O que são eles senão prova de que julgamentos por gênero figuram entre as maiores imbecilidades que se possa cometer? A visão particular de um indivíduo obviamente é de sua exclusiva competência... agora, a visão particular que o indivíduo torna pública, está sujeita a repercussões e debate, não?
Nós vamos invadir a sua praia... é justo... injusto seria levar isso tudo adiante aqui nesse sítio cujo espaço poderia ser melhor aproveitado e não desperdiçado com indiretas a anônimos que não faziam mais do que ler, e dar sua opinião... aguarde visitas! Ah!, achaste "O Vermelho e o Negro" chato?, pois não? Deve ser um dos três livros a manterem a TV.
Defender tanto a misandria quanto a misoginia é um ato de grande imbecilidade realmente.
Hahahaha!
Acho muito engraçadas essas citações do tipo "democracia quando me convem". Pois, quando não convem, ditadura neles! - "pouco me importa a visão do outro!"
Que feio: se comprazer da própria ignorância! assumi-la, bem, fechar-se nela a ponto de não permitir entrada a novas perspectivas, muito ruim...
Veja só até onde se chega quando faltam argumentos: dos livros e poemas às onomatopéias do MSN!
"Acabo de compra a Alejandra Pizarnik"... isso está correto?
Será que não querias dizer "Acabo de comprar o Alejandra Pizarnik (Poesia Completa...)???
Anónimo, este foi o último comentário que lhe publiquei. A sua persistência transformou-se em implicância e, por isso, não traz nada de novo. Pode ir pregar para outra freguesia que nesta já não se masturba mais.
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