Não penso em ti jazendo no barro húmido
De um cemitério em Monaghan; vejo-te
A caminhar por uma ruela entre os álamos
A caminho da estação, ou indo alegremente
À segunda Missa num domingo de Verão —
Tu encontras-me e dizes:
“Não te esqueças de tomar conta do gado” —
Entre as tuas telúricas palavras vagueiam os anjos.
Penso em ti caminhando ao longo de uma península
De aveias verdes em Junho,
Tão tranquila, tão cheia de vida —
E vejo-nos a encontrarmo-nos por acaso num dia claro
No termo de uma cidade, depois de
Os negócios estarem fechados e nós podermos andar
Juntos entre as lojas e as tendas e os mercados
Livres nas ruas orientais do pensamento.
Ó, tu não estás jazendo no barro húmido,
Pois agora é noite de colheita e nós
Estamos a descascar o trigo à luz da lua
E tu sorris para nós — eternamente.
Patrick Kavanagh
Versão de HMBF.
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