quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

IN MEMORIAM





El muchacho del yo imaginario; Os sentimentos eram nobres e não sobraram; Fumámos juntos, bebemos juntos, comemos juntos, lemos juntos, rimos juntos, escrevemos juntos; vou escrever sobre os teus livros todos muitos palavrões; Não o conheci, estou de luto pelos amigos dele; Estou farto de ser um fantasma e flutuar por cima de ti; Naturalmente que a amizade constrói em cada um de nósmúltiplos compartimentos que nos protegem da solidão; Poeta jovem; E a minha vida mudou, a noite cresceu; Que noite mais boa; pessoas que amam com os dedos todos sobre a mesa; às vezes eu penso, ou então não penso; Finge-se. Foge-se. E encontramos amiúde alguém que nos engana deste frio; de facto, Rui, é com pena minha que constato a falta de inteligência do homem pequeno; Não preciso mas tu sabes como eu sou; por breves instantes eu odiei-a; és única e eu sou único: mas nunca somos únicos sozinhos; Escrevo, decerto, por qualquer razão inútil que não vais nunca entender; espantou-me pela originalidade despretensiosa da sua escrita; um homem decente (coisa tão rara), um poeta com mais dúvidas do que certezas; Ainda bem que vivi para ver este dia, o último dia; A morte, para ser derrotada, precisa de ser reduzida à sua nula importância. Ninguém consegue.; Estas pessoas são o chão onde erguemos o sol que falhou os dedos e pôs um fruto negro no lugar do coração.

1 comentário:

Carla disse...
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