Camarada Van Zeller, de vez em quando dou comigo a pensar que talvez fosse melhor emigrar para o Médio Oriente. Não é lá que olho por olho, dente por dente? Um palestiniano atira umas pedras, o judeu responde com mísseis, o árabe arremessa cocktails, o israelita replica com obuses… Imagine a coisa aplicada por cá, seria um descanso. Por exemplo, nas escolas. Volta não volta, vem à baila o problema da violência nas escolas. Que me lembre, opinei sobre o assunto aqui e acolá. Há quem não se sinta chocado por um professor responder com tabefes aos insultos dos alunos, esses delinquentes que é preciso pôr na ordem sob pena de virem um dia a transformar Lisboa numa qualquer Atenas, Madrid ou Londres. Nós somos um povo de bons costumes, manda o bom costume que o aluno seja tratado como merece: ao tabefe. A realidade justifica-o. As nossas escolas, ao contrário das americanas, são autênticos antros de maldade, os nossos alunos uns energúmenos enraivecidos. Isto não é Beslan, Bath School, Virgínia Tech, Maalot, Dunblane, Gutenberg, Columbine, Montreal, isto não é a Universidade do Texas ou a Escola Tasso da Silveira ou Toulouse, onde acontecem massacres motivados, certamente, pela passividade nas novas teorias da educação. Por cá, o belo do tabefe deve continuar a fazer escola na escola. Ora, o que se passa actualmente nas escolas portuguesas é uma pouca vergonha. Por certo as terríveis criancinhas nasceram assim, não se tornaram no que são em interacção com pais, sociedade, escola. Não, elas nasceram más. Logo, terão o que merecem. Os cães educam-se a pontapé, o mesmo deverá ser com as terríveis criancinhas do nosso país que andam para aí a ameaçar professores, aos empurrões e cuspidelas, jogando ao bullying como quem joga o berlinde. Não interessa a causa do problema, importa a solução: porrada em cima deles. Olho por olho, dente por dente, como no Médio Oriente. E se os pais vierem responder, que sejam lapidados. A escola deverá amarrá-los, apedrejá-los, a bem da boa educação do país, a que formou bons exemplos da nação tais como o ministro Relvas, o Duarte Lima, a “catrefa” do BPN e demais amigos de seu bom amigo. Esses sim, gente bem-educada, bons pais de família. Sei do que falo, fui professor durante dez anos, tenho Himalaias de amigos stôres e professores e professores doutores. Sei do que falo. Um reguila só se verga a murro, o pai do reguila a bastonada e assim sucessivamente. Mais sugiro que a mesma táctica seja aplicada nos hospitais entre doutores e pacientes, nos tribunais entre juízes e réus, nos quartéis entre capitães e magalas, nos próprios lares entre maridos e mulheres. Dantes é que era bom, mulher em casa a cuidar dos filhos, marido fora a cuidar-se com amantes. Dantes é que era bom, um país de gente bem educada que saía da escola a saber ler e com a tabuada na ponta da língua e os nomes dos rios de Portugal e tudo o que era rei decorado… A porcaria da Internet veio dar cabo disto tudo, devíamos voltar ao dantes. Quais competências técnicas, quais carapuça. Eu quero é que as minhas filhas saibam de cor as dinastias que nos trouxeram a esta miséria, e quero que elas saibam quem foi Salazar para que o culto lhe seja prestado pelos bons serviços oferecidos à nação. Olho por olho, dente por dente, e a PIDE com eles todos afiados, os olhos e os dentes, num país de populaça desdentada e olhos comidos pelas cataratas. Que o professor tem que dar o exemplo? Pois que o dê à traulitada! Seja ele um exemplo de como um bom par de estalos corrige os desvios e não causa traumas. Trauma é chegar ao século XXI observando o estado a que isto chegou, um estado de gente amorfa num país de ladrões bem-educados, todos eles saídos de escolas com excelentes professores, muita ordem e bonomia, e hordas de maltrapilhos a darem cabo da boa tradição: olho por olho, dente por dente. Não traumatiza nadinha, não custa nadinha, tudo à mocada pela ordem, pela autoridade, pela dignidade humana (pelo menos a de alguns). Eu, meu caro, vou já ali praticar: tenho duas filhas e uma mulher que estão mesmo a pedir. Não custa nada, não traumatiza nada. Não é violência, é educação.
4 comentários:
Muito bem dito!
Esta cambada andou toda na mesma escola.Graças a Deus que não foi a minha!
MF
Nem a minha.
Não acha que, pese embora ter alguma razão, a disciplina e a competencia são necessárias?
Por cá estão a seguir essas lições:
http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2012/06/professora-sugere-pais-que-usem-vara-ou-cinta-para-educar-aluno.html
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