Antes de arrancar com a marosca das drogas eu não tinha muito dinheiro e as dificuldades eram muitas. Uma vez tive de levar uma das melhores, a Mary, para a casa de banho das senhoras de uma estação de serviço. Foi muito complicado encontrarmos uma posição - ninguém se quer deitar no chão de um mictório - e de pé não calhava bem - demasiado esquisito - até que às tantas me lembrei de um truque que tinha aprendido. Numa cagadeira de comboio a passar por Utah. Com uma bela rapariga indiana embriagada de vinho. Pedi à Mary que atirasse uma das pernas para cima do lavatório. Apoiei a custo uma perna no lavatório e enfiei-o lá para dentro. Resultou. Lembrem-se disto. Podem vir a precisar. Até dá para pôr água quente a correr-nos nos tomates para intensificar as sensações.
Charles Bukowski, in Histórias de loucura normal, tradução de Vasco Gato, Editora Objectiva/Alfaguara, Outubro de 2013, p. 254.
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