Bradley Edwar Manning (n. 1987) era um soldado
norte-americano (mudou de sexo, chama-se agora Chelsea Manning). Analista do
serviço de informações no Iraque, foi detido, em Maio de 2010, e condenado a 35
anos de prisão em Agosto de 2013. Motivo: partilhar com o WikiLeaks centenas de
milhares de documentos considerados secretos. Entre esses documentos, estavam
provas irrefutáveis de ataques a civis (incluindo jornalistas). Daniel Ellsberg
fez algo semelhante aquando da guerra do Vietnam. Edward Snowden também era
analista dos serviços secretos norte-americanos. Trabalhou para a NSA e para a
CIA. Tornou públicos vários programas confidenciais de vigilância electrónica, deixando
clara aos olhos do mundo a máquina de vigilância internacional que os
americanos alimentam. O australiano Julian Assange vive no exílio, é o rosto
mais mediático da WikiLeaks. O seu principal crime foi denunciar vários
crimes de guerra cometidos pelos norte-americanos no Afeganistão e no Iraque. É
provável que um dia estes homens inspirem filmes, quem sabe premiados com
estatuetas douradas. Até lá, ficamos na dúvida sobre os méritos das suas
acções. Prescindiram do conforto e de carreiras respeitáveis no mundo
civilizado para denunciarem a selvajaria encapotada desse mesmo mundo. O que
fizeram está disponível, é do conhecimento geral, só não vê quem não quer ver. Algo
semelhante se passa, neste momento, na Ucrânia. O comunista Rostislav Vasilko
foi torturado na praça pública pelos activistas do Euromaidan. Neste “movimento
de libertação” encontramos membros da igreja ortodoxa de mãos dadas com
neonazis. Mais uma vez, só não vê quem não quer ver. É mais confortável não ver.
2 comentários:
Não ver, não ouvir, não falar! :(
Silêncio, que se vai cantar o fado.
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