terça-feira, 27 de maio de 2014

ANTIPARTIDARITE

É óbvio que a eleição do ex-bastonário da Ordem dos Advogados se deve ao seu mediatismo, granjeando através da exposição pública a simpatia de todos aqueles que estão saturados da trica política e se deixam seduzir pelo mais simplista dos discursos. Esvaziado de ideologia, o advogado chuta contra a corrupção do sistema com uma ênfase justicialista que agrada a muitos que o ouçam. Tem a retórica ao nível da demagogia. Safa-se. Não restem dúvidas, porém, do que ali há para oferecer, porque a regeneração da política não se faz com verve mas sim com ideais. Batava Paulo de Morais candidatar-se, por exemplo, pelo Partido Humanista e a expressão do Movimento Partido da Terra diluía. E se Camilo Lourenço se candidatasse pelo Partido da Nova Democracia? Alguém duvida da eleição? Imaginemos também, por absurdo, que Medina Carreira aceitava convite do Partido Liberal-Democrata. Eleição garantida. Outros exemplos podiam ser dados, fiquemo-nos por estes. Os media fazem políticos, não por lhes vincularem as ideias mas por fazerem chegar a um grande número de pessoas toda a mensagem, mais ou menos fundamentada, que se aproxime da antipartidarite aguda. Metidos os partidos todos no mesmo saco, resta o culto da personalidade. Bem sabemos como o povo português é propenso ao culto da personalidade. E também sabemos bem o quão perigoso é esse culto.

2 comentários:

alexandra g. disse...

Nem mais e, no caso em apreço, o Marinho, que conheci da presença no café em tempos de Marinho da ANOP, nem sabes o quanto isto bate certo, apesar de não fazer qualquer falta este meu comentário.

Tudo na mesma, etc.

hmbf disse...

...como a lesma.