É óbvio que a eleição do ex-bastonário da Ordem dos
Advogados se deve ao seu mediatismo, granjeando através da exposição pública a
simpatia de todos aqueles que estão saturados da trica política e se deixam
seduzir pelo mais simplista dos discursos. Esvaziado de ideologia, o advogado
chuta contra a corrupção do sistema com uma ênfase justicialista que agrada a
muitos que o ouçam. Tem a retórica ao nível da demagogia. Safa-se. Não restem dúvidas, porém, do que ali há para oferecer,
porque a regeneração da política não se faz com verve mas sim com ideais. Batava
Paulo de Morais candidatar-se, por exemplo, pelo Partido Humanista e a
expressão do Movimento Partido da Terra diluía. E se Camilo Lourenço se
candidatasse pelo Partido da Nova Democracia? Alguém duvida da eleição?
Imaginemos também, por absurdo, que Medina Carreira aceitava convite do Partido
Liberal-Democrata. Eleição garantida. Outros exemplos podiam ser dados,
fiquemo-nos por estes. Os media fazem políticos, não por lhes vincularem as
ideias mas por fazerem chegar a um grande número de pessoas toda a mensagem, mais ou menos
fundamentada, que se aproxime da antipartidarite aguda. Metidos os partidos todos no mesmo saco, resta o culto da personalidade. Bem sabemos como o povo português é propenso ao culto da personalidade. E também sabemos bem o quão perigoso é esse culto.
2 comentários:
Nem mais e, no caso em apreço, o Marinho, que conheci da presença no café em tempos de Marinho da ANOP, nem sabes o quanto isto bate certo, apesar de não fazer qualquer falta este meu comentário.
Tudo na mesma, etc.
...como a lesma.
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