Eu gostava de uma urbe que fosse dentro de um buraco azul como o da fotografia [a fotografia é a preto e branco mas fazem de conta?]
Um buraco azul que não ocupasse demasiado espaço por fora e que, lá dentro, fosse enorme para esticar as pernas e os braços e todas as tardes encontrar um café novo e uma mulher bonita (podia ser uma mulher verde, daquelas com algas no alto da cabeça, ou uma mulher negra com os mamilos espetados e sem deixar espaço na boca para respirar). Este buraco seria uma espécie de bolso na saia do universo; e de cada vez que acontecesse alguma desgraça a mulher da saia abanava o rabo e a desgraça saía cá para fora e ia chatear um universo muito longe. Não sei se esta ideia será muito praticável do ponto de vista dos arquitectos, engenheiros e economistas. Mas deixem-se convencer na mesma, porque eu preciso de mais uma pessoa para começar a urbe. O meu email é: msgtorc@hotmail.com.
Rui Costa, in Big Ode, nº 4, tema: Urbe, Março de 2008 - Junho de 2008, Edição e Design de Rodrigo Miragaia, Design de conceito de Rodrigo Miragaia e Sara Rocio, Coordenação de Maria João Lopes Fenrandes, p. 92.
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