Manuel Vieira, que não sei quem é, nem isso tem qualquer
relevância, podia ter chamado “estúpido e mesquinho” a este post na respectiva
caixa de comentários. Não o fez, preferindo fazê-lo à distância. Querem os
tempos que correm, com suas redes, elos e ligações, que a distância se encurte.
Por isso, senti necessidade de esclarecer dois pormenores que poderão
escapar a quem, eventualmente, venha a ler o referido post:
1º pormenor: parece-me evidente que o post não é sobre as
medidas anunciadas pelo Governo, sendo incorrecto julgá-lo por aquilo que ele não é. Como todas as medidas adoptados por um
Governo, não considero estas boas nem más em si mesmas (prefiro sempre considerá-las
discutíveis). Mas este não é o meu ponto, é, antes, a pessoa escolhida para dar o
rosto pelas mesmas. A coerência de um “especialista” é tão relevante quanto as
medidas. Estamos tão habituados a que políticos e “especialistas” não
actuem em função do que defendem que nos esquecemos desse valor que é o
princípio de toda a honestidade política: a coerência entre o que se apregoa e o que se faz. Parece-me pertinente descortinar,
na base de acções passadas, se para Joaquim Azevedo é mais importante a
“sustentabilidade” de uma empresa (no caso, uma universidade privada – o que
vai dar ao mesmo na cabeça destes “especialistas”) ou a “sustentabilidade” de
um país, pois podemos estar, mais uma vez, perante um flagrante caso de
HIPOCRISIA. A minha opinião, à partida, e pelo que sei, é que estamos.
2º pormenor: ao referir-me ao irmão de Joaquim Azevedo, tive
o cuidado de referir que “nada disto importa para o caso”. As ressalvas, portanto,
sou eu quem começa por fazê-las. Não é necessário reforçarem a distância entre
as acções de um e do outro. Mas não sou, porém, um falso moralista. A ICAR
está, sem dúvida, repleta deles. Fazem orelhas moucas dos seus próprios podres
para não terem que se confrontar com a desgraça em que caíram. Talvez Joaquim
seja um desses falsos moralistas, talvez não. A dúvida paira no ar. O Correio
da Manhã, sempre ágil nestas matérias, poderá investigar.
5 comentários:
Devias saber quem é o Manel Vieira, sempre é "amigo" ;) No fb tb se pode escolher :P
(não interessa nada mas pronto)
Olá, Henrique. fui eu que causei este debate pós moderno?! :)
O Manuel Vieira é um rapaz bem fixe, podes crer. Aliás já deves ter visto comentários dele no meu blogue (no tempo em que aquilo andava mais movimentado).
Creio que o que ele não gostou no teu post foi a referência ao outro ser irmão do bispo. Eu também preferia que não o tivesses feito, mas creio compreender pq o fizeste. Olha, ainda hoje estive no edíficio onde esteve a católica aí em Caldas e senti alguma desolação...agora está com uma valência social...mas voltando ao teu post, podes crer que o Manuel Vieira compreende muito bem as tuas reservas em relação aos homens da igreja (alguns, pronto).
Alô Maria, não estou a fazer nenhum juízo do Manuel Vieira. Espero que isso esteja claro. Limitei-me a esclarecer dois pontos relativamente ao meu post. De resto, estou em completo acordo com o que o Manuel Vieira diz. Eu também achei estúpido e mesquinho quando, por exemplo, o CM fez notícia disto:
"Primo de José Sócrates refaz vida na China"
ou disto
"Mãe de Sócrates levantou 70 mil €"
e mais esta no JN
"Tio de José Sócrates não declarou 1,2 milhões"
entre tantas outras do mesmo género.
Ok. como os exemplos que apontas e tantos outros, é importante não sermos nós os pontenciadores de preconceitos. tentarmos, pelo menos. até porque, tal como neste caso, estamos a discutir uma coisa que não é (Isto na minha cabeça, posso estar errada)o principal do teu post original: a tal da coerência.
Pois, esta questão é muito mais complexa do que parece. Posso, exemplo, dizer que trabalhei durante 10 anos a recibo verde para uma instituição "muito preocupada" com as famílias portuguesas. A recibo verde, cumprindo horários, indo a reuniões que não eram pagas, fazendo por vezes 8 horas lectivas seguidas. Pais a recibo verde? É isso que pretendem para o país?
Enviar um comentário