Desde que abandonei a profissão docente, tenho-me abstido
de comentar a escola, o ensino, os professores, as chibatadas do Ministério.
Apesar de ter duas filhas em idade escolar, de estar vinculado à escola por
necessidade e, vá lá, por obrigação, prefiro manter distância. Sei o suficiente da
estupidez humana para evitar acusações torpes para as quais não teria a mínima
paciência. Ainda assim, não posso evitar, ao ler este post em tom Calimero, de
constatar a languidez dos protestos. Não me lembro de um ministro da Educação
que tenha sido do agrado dos professores, mas recordo a entretanto condenada
Maria de Lurdes Rodrigues como uma espécie de alvo a abater desde tenra idade. A classe docente
odiava-a. A mulher era o diabo em saias! Quando se falou de Crato para a
posição, foram muitos e insuspeitos os uivos de esperança. Que pelo menos
estava dentro da coisa, que pelo menos sabia, que merecia, como se diz, o
benefício da dúvida. Crato, o teórico. Crato, o comentador omnipresente. Crato,
a figura simpática que gerava empatia junto da corporação. Pois eu não me
lembro de um ministro da Educação mais danoso, incompetente, com mais provas
dadas no extermínio da escola pública. Não me recordo de tanta confusão,
desprezo, falta de respeito e desconsideração pelos professores. O tempo das
grandes manifestações já foi, agora oferecem-se concertos. Olhem, eu se tivesse
por lá teria parado. E certamente bateria palmas. À música, claro.
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