Eu aceitaria um júri que fosse recrutado como o dos tribunais franceses ou americanos, colhido ao acaso entre a cidadania. Depois de cidadãos, os jurados seriam o que quisessem: camponeses, letrados, médicos, serventes, metalomecânicos, pescadores, tanto dá. Mas, antes de cidadãos, coisa nenhuma com direito a direito de opinião e crítica. Uma vez mais, e última: não me interessam, não me interessam os juízos literários, tal como eles foram sendo chocados, sobretudo a partir do século XVIII, de mãos dadas com a indústria da edição.
Mário Cesariny, Entrevista ao Jornal de Letras (1962), in A Intervenção Surrealista, Assírio & Alvim, Agosto de 1997, p. 284.
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