De facto, não vingou muito em Portugal a ideia da poesia como espaço aberto, lugar da suprema sim-patia e de coabitação do finito e do infinito, da lógica e da imaginação. Ou: da unidade da voz, pensamento e gesto, que é dada pela respiração, pelo «sopro» que preenche o espaço que medeia entre a ignorância das coisas (o «enigma sempre intacto» do real, de que fala o romancista austríaco Hermann Broch) e a sua intuição.
João Barrento, in Geografia Imaterial - três ensaios sobre a poesia, com fotografias de Maria Etelvina Santos, Documenta, Outubro de 2014, p. 30.
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