Para os que ainda duvidam das extravagâncias possíveis das religiões em matéria de suportes, reenviamos para a dança da urina nos Zunis do Novo México, para a confecção de amuletos a partir dos excrementos do Grande Lama no Tibete, para a bosta e urina de vaca nas abluções de purificação dos hindus, para o culto de Estérculo, Crépito e Cloacina nos Romanos - respectivamente divindades do esterco, do peido e dos esgotos -, para as oferendas de esterco oferecidas a Siva, a Vénus assíria, para Suchiquecal, que consome os seus excrementos, a deusa mexicana e mãe dos deuses, para a prescrição divina que manda utilizar as matérias fecais humanas para cozer os alimentos no livro de Exequiel e outras vias impenetráveis ou maneiras singulares de travar uma relação com o divino e o sagrado...
Michel Onfray, in Tratado de Ateologia, trad. Francisco Oliveira, Edições ASA, Setembro de 2007, p. 34.
1 comentário:
Têm o seu quê de pitoresco, há-que convir. Nem pela etnografia escatológica te convertes? És um ateu inveterado.
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