segunda-feira, 20 de julho de 2015

POLÍTICA DO CONFETE

Marques Mendes, também conhecido por Ferdy, é um dos analistas políticos mais queridos da televisão portuguesa. Ontem ouvi-o dizer que os partidos não deviam fazer do desemprego arma de arremesso político. Porquê? Porque o desemprego mexe com as pessoas, toca em pontos sensíveis da vida social, tem dentro de si histórias de vidas destroçadas. Seguindo a mesma lógica, eu julgo mesmo que os partidos não deviam fazer da crise arma de arremesso político. Talvez não devessem sequer discutir o país, talvez devessem, em última instância, deixar de fazer política. Num mundo ideal, o do Ferdy, o país estaria muito melhor, e está, se as pessoas não entrassem nas contas. Será que entram? Um camarada Social Democrata de Marques Mendes já expôs a estrutura mental desta gente quando afirmou que "A vida das pessoas não está melhor mas a do País está muito melhor". Agora, o ainda primeiro-Ministro terá dito que “Uma pessoa que está desempregada e perdeu o seu emprego, alguma coisa de errado há-de ter, porque senão teria conservado o seu emprego”. Não ouvi, mas já lhe tinha ouvido dizer que o "Desemprego pode ser oportunidade para mudar de vida". E é, tem razão, tem sido para centenas de milhares de pessoas com as políticas impostas pelo austeritário Coelho. No mundo de Ferdy estas coisas não se devem discutir, fica mal torná-las arma de arremesso político. Uma campanha com políticos a arremessar confetes uns aos outros - isso sim, seria política a sério.

4 comentários:

Maria Eu disse...

Eu preferia arremessar um tijolo ao Fredy. Bem, acho que a uns quantos outros, também..

hmbf disse...

Coitado, ficaria esmagado e nunca mais poderia tocar viola.

MJLF disse...

"Sociais democratas" da merda, metem nojo!

hmbf disse...

A verdade é que dizem estas enormidades com uma convicção que ninguém se atreve a pôr em causa. É como o Passos Coelho a mentir, mente tão naturalmente que parece estar a dizer a verdade.