Marques Mendes, também conhecido por Ferdy, é um dos analistas
políticos mais queridos da televisão portuguesa. Ontem ouvi-o dizer que os
partidos não deviam fazer do desemprego arma de arremesso político. Porquê?
Porque o desemprego mexe com as pessoas, toca em pontos sensíveis da vida
social, tem dentro de si histórias de vidas destroçadas. Seguindo a mesma lógica, eu
julgo mesmo que os partidos não deviam fazer da crise arma de arremesso político.
Talvez não devessem sequer discutir o país, talvez devessem, em última instância, deixar de fazer
política. Num mundo ideal, o do Ferdy, o país estaria muito melhor, e está, se
as pessoas não entrassem nas contas. Será que entram? Um camarada Social
Democrata de Marques Mendes já expôs a estrutura mental desta gente quando
afirmou que "A vida das pessoas não está melhor mas a do País está muito melhor".
Agora, o ainda primeiro-Ministro terá dito que “Uma pessoa que está
desempregada e perdeu o seu emprego, alguma coisa de errado há-de ter, porque
senão teria conservado o seu emprego”. Não ouvi, mas já lhe tinha ouvido dizer
que o "Desemprego pode ser oportunidade para mudar de vida". E é, tem
razão, tem sido para centenas de milhares de pessoas com as políticas impostas
pelo austeritário Coelho. No mundo de Ferdy estas coisas não se devem discutir,
fica mal torná-las arma de arremesso político. Uma campanha com políticos a
arremessar confetes uns aos outros - isso sim, seria política a sério.
4 comentários:
Eu preferia arremessar um tijolo ao Fredy. Bem, acho que a uns quantos outros, também..
Coitado, ficaria esmagado e nunca mais poderia tocar viola.
"Sociais democratas" da merda, metem nojo!
A verdade é que dizem estas enormidades com uma convicção que ninguém se atreve a pôr em causa. É como o Passos Coelho a mentir, mente tão naturalmente que parece estar a dizer a verdade.
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