domingo, 19 de julho de 2015

SUBTILEZAS DE LINGUAGEM

É natural que entre tanta notícia relevante, nomeadamente sobre o mercado de transferências e de contratações no universo futebolístico, tenha passado despercebido o trabalho de Ana Henriques, publicado no Público da passada sexta-feira, acerca do julgamento de António Albuquerque. Para quem não esteja familiarizado com o processo, relembramos que Albuquerque, marido da ministra das Finanças Maria Luís, serviu-se de um meio sofisticado para manifestar o seu carácter ordinário, insultando e ameaçando um jornalista do Diário Económico. Eis algumas das curtas mensagens feitas chegar ao jornalista através de telemóvel:

Tira a minha mulher da equação ou vou-te aos cornos.

Vai para o caralho cabrão.

Reafirmo, tu e o teu director são uns cabrões fdp.

Vai para o caralho seu merdas.


Nada disto teria qualquer relevância não fosse o caso de tais injúrias manifestarem uma obsessão de António Albuquerque com o insulto de carácter sexual (cornos, cabrão, fdp), a qual sofre uma ligeira inflexão na variante Vai para o caralho seu merdas. Preconceito de classe? Muito útil é a caixa que acompanha o artigo, a qual faz um apanhado de casos que nos permitem concluir uma jurisprudência do palavrão. Aconselhamos vivamente a leitura deste apanhado, pelo que reproduzimos ao alto o trabalho de Ana Henriques, com a devida vénia, pedindo aos leitores deste espaço que cliquem sobre a imagem e aprendam até onde podem ir em termos de insulto.

3 comentários:

Cuca, a Pirata disse...

É melhor não arriscarem muito. Isso da jurisprudência é demasiado relativo.

hmbf disse...

Depende sempre de quem insulte e de quem se sinta insultado. Ora chama-me lá nomes...

Cuca, a Pirata disse...

Isso querias tu! Depois pedias-me uma indemnização e ficavas-me com o navio e o estabelecimento comercial de pirataria!
Ando há anos à espera que alguém me insulte...