É natural que entre tanta notícia relevante, nomeadamente
sobre o mercado de transferências e de contratações no universo futebolístico,
tenha passado despercebido o trabalho de Ana Henriques, publicado no Público da
passada sexta-feira, acerca do julgamento de António Albuquerque. Para quem não
esteja familiarizado com o processo, relembramos que Albuquerque, marido da
ministra das Finanças Maria Luís, serviu-se de um meio sofisticado para manifestar
o seu carácter ordinário, insultando e ameaçando um jornalista do Diário Económico.
Eis algumas das curtas mensagens feitas chegar ao jornalista através de telemóvel:
Tira a minha mulher da equação ou vou-te aos cornos.
Vai para o caralho cabrão.
Reafirmo, tu e o teu director são uns cabrões fdp.
Vai para o caralho seu merdas.
Nada disto teria qualquer relevância não fosse o caso de
tais injúrias manifestarem uma obsessão de António Albuquerque com o insulto de
carácter sexual (cornos, cabrão, fdp), a qual sofre uma ligeira inflexão na
variante Vai para o caralho seu merdas. Preconceito de classe? Muito útil é a caixa que acompanha o
artigo, a qual faz um apanhado de casos que nos permitem concluir uma jurisprudência
do palavrão. Aconselhamos vivamente a leitura deste apanhado, pelo que
reproduzimos ao alto o trabalho de Ana Henriques, com a devida vénia, pedindo
aos leitores deste espaço que cliquem sobre a imagem e aprendam até onde podem
ir em termos de insulto.
3 comentários:
É melhor não arriscarem muito. Isso da jurisprudência é demasiado relativo.
Depende sempre de quem insulte e de quem se sinta insultado. Ora chama-me lá nomes...
Isso querias tu! Depois pedias-me uma indemnização e ficavas-me com o navio e o estabelecimento comercial de pirataria!
Ando há anos à espera que alguém me insulte...
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