Chega de hipocrisia.
Ainda mal tinha aquecido a cadeira, Paula Maria von Hafe Teixeira da Cruz asseverava que consigo no Ministério da Justiça a impunidade tinha os dias contados. Começámos a contar e ainda não terminámos. Ora, a impunidade não só não acabou como a afirmação da ministra se negava a si própria. Se ela sabia de casos de impunidade antes de ter chegado ao ministério, então a quem os denunciou? Tentei pensar nesta questão por aqui. Mas as afirmações recentes do zelador Paulo Rangel, segundo as quais Sócrates não teria sido detido e mantido meses a fio na cadeia, sem julgamento nem acusação que se saiba, se o Partido Socialista estivesse no Governo, dão nota do esterco onde estes animais rebolam. É verdade que as ilegalidades cometidas na Tecnoforma jamais serão julgadas. Idem para negociatas com submarinos. A impunidade não toca a todos indiscriminadamente, a justiça só é cega de um olho. Este artigo de Pedro Sousa Carvalho também dá conta das sensibilidades da justiça que a ministra von Hafe tanto aprecia. Quiséssemos elencar casos de impunidade, alegada ou presumível, nunca mais acabaríamos. Não o faremos. Preferimos lembrar que esta foi a Ministra do Citius, plataforma que originou denúncias, calúnias, pedidos de desculpa mas nenhuma responsabilização. Em suma, a ministra da impunidade passou impune no processo mais patético que a justiça à portuguesa conheceu até à data.
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