Quando a gente pensa que já viu tudo, alguém logo se
encarrega de nos corrigir. Nem sabia que isto era possível, mas há gestores
públicos em Portugal que aumentam salários em mais de 150%. A notícia informa
que o fenómeno se verificou quando o governo de Pedro & Paulo dava as
últimas. O resto serve apenas para nos causar dores de estômago: «A remuneração
mensal do presidente Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) - nova
denominação do anterior Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC) - subiu de
6030 euros para 16075; a do vice-presidente de 5499 euros para 14468; e a da
vogal de 5141 euros para 12860». Parabéns aos três. Noutro domínio, mas num
mesmo registo, ficamos agora a saber que o Estado injectou 90 milhões de euros
no banco Efisa. O resto serve apenas para nos causar úlceras: «o montante
corresponde a cinco aumentos de capital realizados pela Parparticipadas,
sociedade estatal criada em 2010 para gerir 13 sociedades que pertenciam ao
BPN, nacionalizado em 2008». É óbvio que nada disto está bem explicado. Nem
sequer importa saber que o omnipresente Miguel Relvas ainda há dias foi notícia
por ir integrar a lista de accionistas da Pivot, a sociedade que adquiriu a
Efisa, o banco de investimento do antigo BPN. Enfim, para quê remexer na imundície?
Tudo isto está mal explicado, são equívocos sobre equívocos, tudo isto dará azo
a inúmeros desmentidos e explicações, nada disto interessa. E Relvas continuará
a fazer a sua vida, assim como Pedro & Paulo. E nós a ver e alguns até a
admirar. Não escapa uma a estes tipos, sabem-na toda. Assim tivesse eu estudado
para ter um estômago rijo. Que me console fazer parte do mesmo clube da Maria Luís
Albuquerque, também eu gostaria muito, mesmo muito, infinitamente muito, de
receber a devolução da sobretaxa. Também eu me sinto muito desiludido. Por mim,
por ela, pelos portugueses.
Sem comentários:
Enviar um comentário