Posso ter falhado em muitos dos caminhos da vida, por vezes
atalhei e foi pior a emenda do que o soneto. Posso ter, como se diz, metido o
pé na argola com diversas opções, ter virado à esquerda ou à direita sem prever
consequências. Posso até ter perdido o sentido de orientação em momentos para
os quais seria indispensável o norte que me faltou. Mas neste cruzamento nunca
me perdi, soube sempre para onde me voltar, que caminho seguir, por onde
continuar. Por duas vezes aqui me vieram as lágrimas aos olhos, de pensar que
jamais abriria pisca à direita ou continuaria em frente até ao fim da estrada. Atrás
das placas havia pinheiros altos, vi um deles tombar de velho, sentei-me no meio da estrada só para escutar as pinhas caindo dos ramos
como lágrimas pesadas. À noite, estes matagais são viveiros de grilos. A imaginação
dança ao escutá-los, enquanto o coração repousa das dúvidas e das incertezas
que o atormentam. Porque aqui os caminhos são certos, qualquer uma das opções
será pela rara alegria de viver.
Sem comentários:
Enviar um comentário