Voando de Los Angeles para Nova Iorque em Março, David soube que os Velvet Underground iam dar um concerto no Electric Circus, em Manhattan. Decidiu ir e, como apenas tinha sido vendida uma centena de bilhetes, conseguiu sentar-se na primeira fila, onde cantou todas as canções, esperando impressionar Lou Reed com o seu conhecimento das letras. Após o espectáculo, e dado que os Velvet Underground não eram ainda suficientemente famosos para necessitarem de seguranças, David conseguiu facilmente esgueirar-se até aos bastidores e bater à porta do camarim deles, pedindo para falar com Lou.
Pouco depois, Lou saiu e sentou-se a conversar com David num banco do clube. Fascinado, David informou Lou de que era o seu único fã em Londres e de que tinha conseguido um exemplar do álbum de estreia dos Velvet Underground ainda antes de ter sido editado nos Estados Unidos. Depois interrogou Lou acerca das suas letras e das razões por trás das suas escolhas musicais. Conversaram por mais de um quarto de hora e depois, como disse David anos mais tarde, «flutuei pela noite fora, um fã cujo sonho se concretizara».
Mas na manhã seguinte um amigo do mundo musical informou David de que Lou já saíra da banda há algum tempo e que o seu substituto, Doug Yule, se parecia imenso com Reed. Nas palavras do próprio Bowie, ficou «desfeito».
Wendy Leigh, in Bowie - Uma Biografia Sentimental, trad. Eurico Monchique, A Esfera dos Livros, Novembro de 2016, p. 111.
A 1 de Abril de 1998, David e Iman deram uma festa no estúdio do artista Jeff Koons no SoHo, em Nova Iorque, para o lançamento do livro Nat Tate: An American Artist: 1928-1960, uma biografia escrita por William Boyd. A obra fora publicada pela nova editora de David - a 21, dedicada a livros de arte - e nela Boyd contava a trágica história de Tate que, após destruir 99 por cento da sua produção artística, se lançou do ferry de Staten Island e se afogou.
Os convidados na festa elogiaram o autor William Boyde brindaram à memória de Nat Tate - Charlie Rose, Jay McInerney e variados nomes do mundo literário escutaram respeitosamente enquanto David lia um excerto da biografia. Mas uma semana depois, David Lister, crítico de arte do jornal The Independent, revelou que Nat Tate era apenas um produto da imaginação de Boyd, e que o livro fora uma partida em que Bowie concordara em participar.
Idem, pp. 247-248.
Sem comentários:
Enviar um comentário