Vindo do banco, atravessei o Parque e parei na Casa dos
Barcos. À porta, o anúncio a uma exposição dedicada a António Pedro e ao
Teatro. Entrei. Não estava ninguém, nem à porta, nem dentro. Cartazes pendurados
no tecto formavam um estendal em cruz que atravessava a sala, algumas mesas com
livros protegidos por caixas de acrílico, muitas folhas coladas às paredes. Algumas
folhas, descoladas, caídas pelo chão. Desleixo sem qualquer amadorismo, simples
desleixo. Coisas que se fazem para se poder dizer que se fez alguma coisa. Não faz
sentido. O António Pedro merecia melhor, o teatro ainda mais.
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