quinta-feira, 16 de março de 2017

"Religião e dinheiro; mas não filosofia, não história, não arte, não literatura."

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O céu não precisa de justificação nem de legitimidade, mas da pergunta material destinada a conhecer; o céu precisa da física, o mais adiante é a arte. Fenecem a um tempo a filosofia e a história e esta realidade pode ser traduzida: desejando aproximar-se da verdade, e requerendo esse desejo a necessária exigência, libertam; perguntam e recusam o simulacro. Assim, é a filosofia considerada inútil face ao pragmatismo da vida, uma ocupação de quase-loucos ou quando muito de singulares inadaptados; a história, aceite com a condescendência que se reserva às fábulas morais; aceite porque ciclicamente necessária para legitimações de todo o tipo, com ou sem o pretexto da moda. É pois natural que a inexistência da filosofia esteja ao lado do triunfo do romance histórico – uma tutoria, por ausência e por efabulação.

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Jorge Muchagato, aqui.

2 comentários:

Jorge Muchagato disse...

De quando em vez dás notícia do que vou escrevendo, isso quer dizer que vale alguma coisa, que tem alguma utilidade. Muito obrigado, Henrique, um abraço!

hmbf disse...

Caro Jorge, quer dizer que gosto de ler o que escreves. Este artigo em particular, pareceu-me ser muito bom. Há 14 anos que escrevo para weblogs, é sempre um prazer ir descobrindo bons textos, bem escritos, reflectidos, fora dos circuitos convencionais. Muita saúde,