O céu não precisa de justificação nem de legitimidade,
mas da pergunta material destinada a conhecer; o céu precisa da física, o mais
adiante é a arte. Fenecem a um tempo a filosofia e a história e esta realidade
pode ser traduzida: desejando aproximar-se da verdade, e requerendo esse desejo
a necessária exigência, libertam; perguntam e recusam o simulacro. Assim, é a
filosofia considerada inútil face ao pragmatismo da vida, uma ocupação de
quase-loucos ou quando muito de singulares inadaptados; a história, aceite com
a condescendência que se reserva às fábulas morais; aceite porque ciclicamente
necessária para legitimações de todo o tipo, com ou sem o pretexto da moda. É
pois natural que a inexistência da filosofia esteja ao lado do triunfo do
romance histórico – uma tutoria, por ausência e por efabulação.
(,,,)
Jorge Muchagato, aqui.
2 comentários:
De quando em vez dás notícia do que vou escrevendo, isso quer dizer que vale alguma coisa, que tem alguma utilidade. Muito obrigado, Henrique, um abraço!
Caro Jorge, quer dizer que gosto de ler o que escreves. Este artigo em particular, pareceu-me ser muito bom. Há 14 anos que escrevo para weblogs, é sempre um prazer ir descobrindo bons textos, bem escritos, reflectidos, fora dos circuitos convencionais. Muita saúde,
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