Em Novembro de 2012, um incêndio queimou vivos cento e dez operários no Bangladesh. Trabalhavam nas chamadas sweatshops, oficinas de suor, sem nenhuma segurança nem nenhum direito.
Pouco depois, em Abril do ano seguinte, outro incêndio queimou vivos mil cento e vinte e sete operários noutras sweatshops do Bangladesh.
Eram todos invisíveis, como continuam a ser invisíveis os escravos de muitos outros lugares do mundo globalizado.
Os seus salários, um dólar por dia, também são invisíveis.
Bem visíveis são, em contrapartida, os preços impagáveis das roupas que as suas mãos produzem para os Walmart, JCPenney, Sears, Gap, Benetton, H&M...
Eduardo Galeano, in O Caçador de Histórias, trad.
José Colaço Barreiros, Antígona, Setembro de 2017, p. 79.
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