a porca
a escrivã é uma pessoa
e está curiosa como são
curiosas as pessoas
pergunta-me por que bebi
tanto não respondi mas sei
que a gente bebe pra morrer
sem ter que morrer muito
pergunta-me por que não
gritei já que não estava
amordaçada não respondi mas sei
que já se nasce com a mordaça
a escrivã de camisa branca
engomada
é excelente funcionária e
datilógrafa me lembra muito
uma música
um animal não lembro qual.
Adelaide Ivánova (n. Recife, Pernambuco, 1982), in O Martelo, Douda Correira, Fevereiro de 2016, s/p.
4 comentários:
Mais outra futilidade na correria da poesia.
Muito obrigado pelo comentário. É sempre bom saber que há quem acompanhe e se dê ao trabalho de comentar futilidades. Mais abaixo há um poema fútil sobre seres anónimos.
Comentar,não é bem o caso. Combater...
Ui, que combate!!!! Estará a tua nobre missão em concordância com o ser que transportas na carapaça vetusta?
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