Subitamente veio à tona um arquipélago de lixo que, tal como
o avistado por Charles Moore a sul do Pacífico, também merecia a sua bandeira.
Por cá, os comentadores de serviço anseiam assédios à portuguesa. Não se passa
nada? Para os moralistas, o problema será verem-se a breve trecho no papel daqueles que
agora criticam por durante anos terem silenciado crimes que sabiam perpetrados. Vivem num dilema: o de serem bufos ou o de serem mesquinhos. Anda tudo em surdina, embuchado, ou não sabem mesmo de nada e é um diz
que disse à maneira de balés Rose e casas pias. Há uma terceira e até uma
quarta hipóteses, a de termos nos corredores do poder artístico, político,
empresarial, mais tarantinos do que julgávamos. A quarta hipótese, talvez a que
mais convenha a uma nação de beatos, é a de sermos todos santos, puros, eunucos, a quem penas suspensas expiam pecados mortais. Não é a isto que se chama hipocrisia? Olha que bela bandeira para o arquipélago de lixo vindo à tona lá fora, submerso cá dentro.
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