Eu explico-me: já não posso com tantos afectos, tanto
desejo de estar em cima das pessoas, tanta vontade de envolver tudo e todos
numa sopa de pathos, como se fosse o pathos o que mais falta à
vida pública portuguesa. Bem pelo contrário, o que falta é um quantum de
racionalidade, nem sequer um quantum, que já por si só seria
revolucionário, mas uma gigantesca dose de razão, de argumentos, de
raciocínios, em vez de tornar a vida pública num festival de beijos e abraços,
e de muita lamechice em relação à dor alheia. O problema é que quase se pode
fazer uma correlação: quanto mais lamechice, menos reformas e menos mudanças. E
de mudanças e reformas é que a nossa vida pública mais precisa.
José Pacheco Pereira, aqui.
Pacheco Pereira é um caso de estudo. Facilmente se concorda
com o que diz, embora sejamos quase sempre incapazes de concordar com o que
faz. Olhem para ele, ainda há dias, ao lado da "presidenta" dos afectos:
2 comentários:
Zámi para os amigos...
Beijinhos, abraços e ramos de flores. O Pacheco gosta.
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