Morreu o mestre. Na coluna do lado direito, encontrarão uma entrada para cerca de 80 poemas de Nicanor Parra que verti para português. Uns melhor, outros pior, todos com enorme gosto e uma única intenção: dar a ver. Podem ir directamente para lá clicando aqui. Relembro este:
EPITÁFIO
De estatura média,
Com uma voz nem fina nem grossa,Filho mais velho de um professor primário
E de uma costureira humilde;
Fraco de nascimento
Ainda que devoto da boa mesa;
De maçãs macilentas
E de mais abundantes orelhas;
Com um rosto quadrado
No qual apenas os olhos se abrem
E um nariz de pugilista mulato
Por cima da boca de ídolo asteca
− Isto tudo banhado
Por uma luz entre irónica e pérfida −,
Nem muito lesto nem tonto no remate
Fui o que fui: uma mescla
De vinagre e de azeite virgem
Um enchido de anjo e besta!
Nicanor Parra, de Poemas y Antipoemas (1954).
Versão de HMBF.
P.S.: Lido o necrológio de Hugo Pinto Santos, aqui no Público, lembrei-me que em 2007 publiquei no n.º 12 da revista DiVersos algumas versões de poemas de Nicanor Parra. Lembrei-me eu, que ainda me vou lembrando de algumas coisas.
P.S.: Lido o necrológio de Hugo Pinto Santos, aqui no Público, lembrei-me que em 2007 publiquei no n.º 12 da revista DiVersos algumas versões de poemas de Nicanor Parra. Lembrei-me eu, que ainda me vou lembrando de algumas coisas.
5 comentários:
Caro Henrique,
Embora conheça a obra do Nicanor Parra (a quem o Assis Pacheco chamava "o meu mestre") tenho curiosidade em ler as suas traduções, mas clicando no "link" fui direccionado para a mesma página inicial.
Cumprimentos,
Luís Maia Varela
Para ele a "guerra de 14-18" durou 103 anos.
Caro Luís Maia Varela, olhe que não. Se começar a percorrer a página, verificará que o conteúdo é diferente apesar do primeiro post ser este mesmo.
Comecei a ler Nicanor Parra por aqui (devo-te essa) - até tornar-se o meu poeta vivo preferido no planeta - mas não foi tiro e queda, foi (ou teve mesmo de ser) gradual :)
Melhor assim, Pedro. abraço,
Enviar um comentário